segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Super Review do BATTLEFIELD 3 Beta


Nessa semana a Electronic Arts abriu as portas do Beta de Battlefield 3, um dos games mais esperados do ano e a nova tentativa da empresa de desbancar Call of Duty - missão que Medal of Honor, de 2010, não conseguiu cumprir com êxito.
As regras são simples: um mapa (Operation Metro) com um modo (Rush) estão disponíveis para a comunidade testar. Baixamos a versão para PC e PS3 e passamos algumas horas mais tomando do que dando tiros por aí. A impressão, entretanto, foi boa.
Antes de falarmos do que esse tempo com o jogo nos ensinou, porém, é bom mencionar a integração com o Battlelog. 
Sem mais delongas, às lições:

A dor e a delícia de ser um camper

Uma das principais críticas do pessoal “hardcore” em relaçào a Bad Company 2 é que, diferente de outros games da franquia, não havia a opção de deitar o seu soldado no chão – havia apenas as opções de pé e agachado. Esse “problema” foi corrigido – mas o que isso quer dizer?
Quer dizer que, a segurança de estar bem perto do chão, aliada à vastidão dos mapas, faz com que os snipers se sintam em casa até demais. Os mapas são tão grandes que andar com a cabeça levantada é, na maioria das vezes, um convite à headshots vindos do além.
O lado bom (ou nem tanto) disso é que nem é preciso ser um Recon com rifle de precisão para desfrutar desse tipo de facilidade. Qualquer metralhadora com uma mira ótica mais potente (4x, por exemplo) já é suficiente para que você entre para essa vida bandida.
Isso se traduz em um jogo mais calmo e menos frenético, mas potencialmente mais tenso que um Call of Duty. Outro motivo para isso é que…

Não aguenta, toma leite

Pá-pá-pum. Um, dois, no máximo três tiros bem dados são suficientes para qualquer personagem morrer (Brazuca deve estár rindo atoa com isso, Enquando meu irmão cassiogabriel ta reclamando até de morrer facil d+, pois ele está acostumado com teclado e mouse mais fazendo um 9/1 de K/D), seguindo o exemplo de Medal of Honor, a promessa furada que a Electronic Arts e a DICE fizeram em 2010. Se mata e se morre muito fácil em Battlefield 3, e por isso mesmo esse não é um game muito recomendado para quem está acostumando com KILLZONE 3, por exemplo.
E o lugar onde você aponta também faz toda diferença. Esse total de balas gastas pode subir para quatro, cinco, seis, sete se você estiver combatendo as pernas do inimigo, ou se você ainda não tiver se acostumado com o coice das armas (e o ataque epilético que ele provoca na mira). Há vários jogadores na internet (e dentro do próprio game) reclamando que a colisão das balas de vez em quando fica esquisita, que nem sempre ela causa dano no alvo. Mas é difícil saber se há algum problema ou se somos todos zarolhos mesmo, afinal o jogo é bem mais realista que qualquer outro (Mesmo reclamando o Wolfchell está adorando e o Viktor Campos até soluçando de tanto chorar com os caras com LVL alto!).
Os lança-foguetes, que em Bad Company 2 eram úteis de verdade só contra veículos, agora também têm vez. Em lugares mais estreitos, é possível levar dois, três ou até mais inimigos para a vala com uma só explosão. E os engenheiros começam com a RPG logo de cara.
O que, pelo menos no beta, ainda funciona de um jeito um pouco esquisito são as granadas, que parecem sem peso, imprevisíveis e não tão eficientes como instrumento de destruição em massa como eram em outros jogos da série, mais isso obviamente vai mudar!

Quer andar, ande a pé

Um dos diferenciais de Battlefield sempre foi a presença de grandes campos de batalha e de veículos para cruzá-los de forma mais rápida e efetiva. Tanques, quadriciclos, helicópteros e até aviões já apareceram em outros jogos da série. Onde estão os de Battlefield 3?
Na batalha do fim do ano para fazer os fãs de Call of Duty desertarem, faria sentido que a EA e a DICE incluíssem nesse Beta justamente a coisa que mais distingue a franquia das outras. Mas não há nada do tipo. Até o beta de Bad Company 2 (que só tinha um mapa, assim como o de Battlefield 3) tinha ao menos um tanquezinho. E olha que o modo disponível era o mesmo Rush.
Por outro lado o mapa escolhido para o Beta, Operation Metro, é bom porque mostra bem os tipos de ação que o jogo tem. A primeira parte, ao ar livre, é bem aberta, obrigando os dois lados a avançarem com cuidado. Na segunda parte, você entra no metrô, escuro e repleto de espaços fechados (mas ainda com longos corredores que favorecem os snipers). Por fim, os exércitos voltam à superfície em uma área repleta de prédios e ruas, em um cenário mais complexo.
O que resta é um game que se mostra diferente por causa do ritmo e das mecânicas, mas que continua sem os veículos e, principalmente, sem o multiplayer para 64 pessoas. Ele continua com um “cheiro ” de BC2.

A amizade é superestimada

Quem já jogou a série da DICE sabe que não há exército de lobos solitários que resistam a uma investida de um esquadrão pequeno, mas bem coordenado.
Os quatro Kits (nome dado para as “classes) são praticamente iguais aos de Bad Company 2. A função de curar e reviver do Medic passou para o Assault, que perdeu suas caixas de munição para outra categoria, a do Support. Os Recon continuam especialistas em rifles de precisão e Engineers continuam especialistas em explodir o time adversário com mísseis. Aliás, o fato de que agora é mais fácil morrer do que em Bad Company 2 deixou o trabalho dos médicos de campo bem mais difícil e arriscado.
Cada lado do combate ainda é dividido em diversos Esquadrões, grupos de quatro pessoas que se identificam pelas mesmas cores de cursos no mapa. Além disso, você também pode renascer junto a um desses amigos. E a utilidade do sistema acaba aí.
Pelo menos no beta, não há nenhum jeito de se comunicar com o resto do seu time ou do esquadrão sem ser por chat de texto, o que é nada prático quando se está tentando atirar e avisar um companheiro que tem um sniper nas costas dele ao mesmo tempo. O jogo ainda tem o sistema de “Spot”, no qual você pode “marcar” um inimigo, fazendo com que ele apareça no mapa para todos da sua equipe. Ele é muito útil – vital, até. Mas não substitui totalmente a comunicação por voz.
PC: A única opção aparente é registrar amigos no Battlelog, a “rede social” que inclui dados de todos os jogadores de Battlefield 3. Lá sim, você pode montar o grupo que quiser e estabelecer uma sala de chat por voz, mas isso roda no ambiente web da comunidade, e não no game em si ou no Origin, que poderia gerenciar esse tipo de coisa assim como faz o Steam.

Ambiente é tudo

Como é mais fácil mostrar do que explicar, vai um vídeo gameplay para mostrar o game e não pontuar:
O que esses vídeos talvez não mostrem tão bem é o nível em que o cenário é destrutível e mutável. Não é fácil derrubar uma parede, uma árvore ou rachar um muro, mas uma sequência de tiros bem dados ou um foguete certeiro dá conta do recado. Esse tipo de coisa pode ser desde um simples detalhe estético (mas que não deixa de ser bacana) até algo que muda a forma com que o ataque ou a defesa se comportam na batalha.
Dentro do metrô, por exemplo, é possível explodir a parede de um túnel que é um dos maiores gargalos do mapa. Isso sem contar os blocos de concretos que podem ser detonados, acabando com as chances de cobertura. E às vezes vale a pena tentar derrubar o cenário só para ver o efeito do foguete voando e iluminando os túneis escuros à medida em que passa.
Para completar, o som das explosões e das armas disparando é, talvez, o que mais se aproxime da vida real já feito em um jogo. Se você puder, jogue Battlefield 3 usando um bom fone de ouvido estéreo – faz toda a diferença.
O que também talvez não apareça no vídeo são algumas coisas que depõem contra toda essa qualidade. É relativamente comum, ao deitar no chão, ver o seu soldado afundar dentro da terra ou cair em um poço invisível. E pelo menos na versão de PC, a imagem fica com “flicker”, “piscando” várias vezes em momentos de movimentação intensa.

Usabilidade é para os fracos

Tirando o fato de que você precisa sempre deixar uma aba de navegador aberta para escolher servidores, ver seu progresso e gerenciar a lista de amigos (coisa que poderia estar centralizada no próprio jogo ou no Origin) a DICE tomou algumas decisões… pitorescas com relação aos menus e opções de Battlefield 3.
Só é possível alterar suas opções de vídeo ou áudio, por exemplo, depois de ter se conectado em alguma partida e – atente à bizarrice – com seu personagem ativo. Não dá para fazer isso enquanto aguarda o próximo respawn, por exemplo, ou no intervalo entre uma partida e outra.
Outra coisa que não chega a ser necessariamente ruim, mas é estranha: enquanto em Bad Company 2 você podia trocar sua classe, seus equipamentos e acessórios (como miras especiais e itens dos kits) na mesma tela, em Battlefield 3 as coisas estão separadas.
No menu de “Deploy” você pode só trocar o Kit e os equipamentos. Para mexer nos penduricalhos, é necessário ir até a aba “Customize”, e aí fazer o serviço completo. Um pouco desnecessário e um pouco redundante, mas nada que prejudique muito a experiência final. Pelo menos não prejudica mais do que ter que procurar um lugar seguro no mapa e rezar para não morrer enquanto mexe nas configurações de vídeo.