segunda-feira, 8 de abril de 2013

Shigeru Miyamoto quer que você dê tempo ao Wii U

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Shigeru Miyamoto, o criador de Super Mario e Legend of Zelda, deu uma entrevista ao site da rede CNN durante o fim de semana para falar sobre o Wii U. Ele quer que as pessoas dêem uma chance ao console.

Miyamoto acha que o ceticismo das pessoas para com o console é parecido com as dúvidas que surgiram na época que o Nintendo DS foi lançado, e que a opinião pública vai mudar eventualmente, como mudou naquela época.

“Houve um período, quando lançamos o Nintendo DS pela primeira vez, em que as pessoas diziam que seria impossível olhar para duas telas ao mesmo tempo”, disse ele à CNN. “Eu quase sinto como se, quando as pessoas se acostumarem mais ao Wii U e às interfaces touchscreen, que vai haver um ponto onde eles sintam que ‘não dá para fazer tudo que quero se não tiver uma segunda tela’”.

Pode até ser. Mas o Wii U ainda precisa ter uma lista boa o suficiente de jogos para chegar perto de fazer jus à essa comparação. Ela também é um pouco errada porque o DS não veio no fim da sua geração de hardware e sim a liderou (e em um mercado bastante diferente), o que complica ainda mais o argumento das duas telas. Se o Wii U é um console da geração atual, ele chegou tarde. Se é da próxima, daqui a um ano ele estará no terceiro lugar distante em comparação à potência do PlayStation 4 e do sucessor do Xbox 360, não importando as possibilidades que traz o novo controle.

Mas Miyamoto pode ter razão quando diz que o GamePad do Wii U é mal-compreendido – o que acontece justamente porque há pouquíssimos jogos lançados que convençam alguém a comprar um Wii U, e muito menos que explorem bem o controle. Meu último login no Wii U foi em 16 de dezembro. Eu lembro que, assim que terminei de assistir Sons of Anarchy no Netflix, não liguei mais o console. É verdade que, a princípio, eu gosto de jogos de esporte, um gênero para o qual o console é irrelevante. Tiger Woods PGA Tour 14? Não tem no Wii U. NCAA 14? Também não. E, francamente, vou ficar surpreso se lançarem Madden NFL 25 nele. ZombiU e LEGO City Undercover são os melhores exclusivos, mas não são o suficiente para marcar o GamePad como sendo indispensável.

“Eu sinto que um aparelho com o Wii U, com sua capacidade de continuar oferecendo novas funcionalidades, a conexão com a internet, com a TV e a sua interface, realmente faz parecer com que ele seja mais do que um videogame, e sim algo que oferece muitos usos práticos na sala de estar”, disse Miyamoto à CNN. “Eu o vejo sendo um aparelho muito útil que pode fazer muitas coisas diferentes e portanto tornando-se o aparelho que é ideal de se ter na sala”.

Espera: há quanto tempo temos falado sobre esse tipo de papel para os consoles? Quatro anos? Cinco? O Wii U vai precisar mais do que isso para se estabelecer no mercado, principlamente depois do sucesso estrondoso do Wii.