Depois de muita revolta, gritaria, baixaria e poucos pingos nos is, a Sony decidiu oferecer uma explicação um pouco mais detalhada para o preço de seu console de nova geração no Brasil. A culpa, de acordo com empresa, é dos impostos que incidem sobre consoles no país.
Em um post intitulado “GAMERS BRASILEIROS, NÓS OUVIMOS VOCÊS“, o gerente geral da Sony Latin America Mark Stanley oferece sua justificativa para os R$ 4.000 para o PlayStation 4 no Brasil: 63% desse valor, de acordo com Stanley, seria para pagar impostos de importação como ICMS, PIS, COFINS e IPI.
De acordo com uma matéria publicada no site da revista Valor Econômico, a Sony vai tentar acelerar a fabricação do PlayStation 4 no Brasil para reduzir esse preço. Abaixo você confere as tabelas divulgadas pela Sony.
Além dos fatores apresentados nessa tabela, há um outro que fica “escondido”: o que chamam de “Risco Jurídico”. Como existe a possibilidade de que a Receita Federal simplesmente barre os produtos no momento em que eles chegam ao Brasil, o que acontece com uma frequência assustadora, a empresa joga o valor mais para cima para “pré-compensar” essa perda hipotética.
Conversamos com o advogado especializado em tributos aduaneiros Márcio Camargo Ferreira da Silva para tentar entender um pouco mais sobre a composição do preço do PlayStation 4 no Brasil, e segundo ele, os impostos são esses e realmente pesados. Mas há alguns fatores dignos de nota na discriminação dos valores passada pela Sony.
Na tabela há o que Camargo classifica como uma “gordura” na conta: impostos que estariam sendo cobrados com a alíquota máxima possível, em vez de porcentagens reduzidas, que poderiam fazer o preço do console abaixar. Um exemplo que ele dá é o ICMS, que está em 25% e poderia estar em 18%. Outro fator é a localização de algumas tarifas na tabela, mais especificamente da margem da distribuidora (a própria Sony Brasil) que é de 20%. Como ela vem em primeiro na tabela, isso quer dizer que todos os impostos incidem em um valor que já conta essa margem quando o certo seria que ela viesse no final da conta.
Camargo também aponta os 16% de margem de lucro dos varejistas como sendo um percentual muito alto, principalmente comparado com os praticados em outros países. Nos EUA, ele fica entre 3 e 4%.
Sobre a possibilidade da montagem do PlayStation 4 no Brasil, algo que faria o preço do console cair, a SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus) informa que a Sony já tem aprovado um PPB (Plano Produtivo Básico) para montar os seus consoles no Brasil, e que se o projeto do PS4 não fugir do que está descrito lá, a empresa poderia começar a montar o console desde já. O PPB é o que define, por exemplo, que um carro “normal” montado no Brasil precisa ter quatro rodas, dois farois, um volante, e por aí vai – e esse Plano Básico vale tanto para Fuscas quanto para Ferraris, salvo algumas alterações.
Dependendo da complexidade da montagem do PS4, a Sony tem duas soluções hipotéticas: propor um novo PPB, o que leva pelo menos 100 dias de análise no governo, ou pedir alterações no já existente para atender à sua necessidade, o que demora pelo menos de 10 a 15 dias para análise, um caminho bem mais rápido, pelo menos em tese.
Por enquanto, o preço do PlayStation 4 fica nos R$ 4 mil mesmo, mas pelo menos agora entendemos um pouco melhor do que está acontecendo nos bastidores. A Sony vai realizar, neste dia 24, uma conferência pré-BGS e lá, sem dúvida, ela vai falar mais sobre a situação.
Fonte. Kotaku
Agora me digam... VOCÊS ACREDITAM NISSO AI? QUE ATÉ DIREITO A DESCONTO NOS TIVEMOS?
BOICOTE JÁ!!!